Não é qualquer um que pode dizer que ganhou uma mãozinha do Michael Ho pra entrar numa onda em pleno Hawaii. Ryan Kainalo, atual campeão mundial Junior pela ISA e campeão sul-americano Pro Junior pela WSL, se acostumou a ser visto, percebido, ter seu surf admirado e vencer desde cedo. No dia dessa conversa que vai ao ar na série especial do Surf de Mesa no Saquarema Surf Festival, por acaso, Ryan havia perdido a bateria. Mas com a concisão das respostas tranquilas, disse que o equilíbrio é importante porque ajuda a manter os pés no chão.
Percebeu isso quando se classificou para o Challenger Series, onde, não lembra bem, mas acha que passou três ou quatro baterias ao todo. Refletindo sobre formatos e futuro, tem medido o que parece mais estratégico e sustentável para uma carreira de atleta. Carreira que Ryan tem clareza de quanto custa.
Com uma percepção pouco usual sobre estes pesos e medidas, expôs suas visões com a confiança de quem conhece seu valor e o valor das coisas. Algo fundamental quando se trata de visões mais amplas de futuro. Do seu, mas também da área profissional para a qual seu talento o direcionou. Mostrou que quem tem o benefício da oportunidade, não necessariamente precisa fechar os olhos.
Carreira sustentável
A dica aqui é abrir bem os ouvidos para entender a visão esclarecida de um jovem talento que sabe o que quer: condições e caminhos viáveis para uma carreira sustentável no esporte. Ao querer isso para a sua e ser uma voz naturalmente aceita e ouvida, sem saber acaba contribuindo bastante para o contexto não só seu, mas dos surfistas como um todo.
Ryan agora está com 18 anos. Ao dar o play nesse episódio, não espere encontrar um menino alienado, muito menos um homem preocupado. Apenas entre no fluxo e absorva a visão que representa muito mais do que se imagina sobre as novas percepções da jovem geração do surf brasileiro.
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