Em pouco mais de 20 anos, o cenário dos filmes de surf passou por uma transformação galopante de ascensão e desvalorização, a ponto de possivelmente ter sofrido um processo de autofagia. A palavra, do grego, significa comer a si mesmo. Em definição acadêmica, é um processo fisiológico de degradação e reciclagem de células danificadas, que só entra em ação quando o corpo enfrenta escassez de nutrientes.
As possibilidades amplificadas de produção de filmes de surf com a evolução das tecnologias, primeiro resultando na facilitação de acesso a equipamentos, gerou uma geração talentosa de filmmakers. Equipes de um homem só que conseguiam criar e criar e produzir para um contexto comercial minimamente saudável. A mesma evolução, que continuou avançando, também trouxe consigo a banalização da produção de imagens, que em pouco tempo se espalhavam como conteúdo de curta vida útil nas micro telas das redes sociais em um ambiente cada vez mais degradado comercialmente .
Quem paga pela arte?
Aquilo que era a chance de expressar uma visão autoral criativa do filmmaker, pelas transformações do mercado, de repente se virou contra ele mesmo. Se já não eram necessárias grandes equipes, por que pagar dignamente pela produção de um filme de surf que acabaria com tanta atenção quanto possível em pequenas telas que disputam atenção com memes? Visão criativa? Conceito? As marcas esqueceram disso.
Nesta edição do Surf de Mesa, Carol Bridi, Junior Faria e Rapha Tognini conversam, ainda no ambiente do Floripa Film Fest, com dois Brunos que entraram na cena do audiovisual pelo surf e se viram forçados a encontrar novas formas de se expressar e sobreviver no meio. Um, inclusive, influenciado pelo outro lááá no começo de tudo. Bruno Bez e Bruno Tessari falam sobre a relação entre si, a relação de cada um com os filmes de surf, o audiovisual e os caminhos que trilharam nas duas últimas décadas, enquanto o cenário se transformava.
Poderíamos dizer que está imperdível, mas seríamos suspeitos. Mesmo assim, estamos dizendo. Pra não perder esse papo, dá o play aqui para ouvir:
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