Maral. Tudo mexido. Olha o relógio. Agora ou nunca. A galera do zero hora disputa algumas séries pequenas que demoram e fecham. Longa remada o espera. Coloca o pé na água e agradece por ter driblado a preguiça e vestido a roupa de borracha. No meio do caminho uma série o pega desprevenido. Volta duas casas. Vinte minutos e um pulmão queimando, atinge o pico. Geral na arquibancada: visto de perto, a impressão é de que está tão ruim que tem pra todos. Assim é. Na primeira remada, a melhor da série. Duas manobras regulares na onda torta e já valeu a pena a queda, e a penosa volta ao line up. Só mais uma, pensa ao olhar rapidamente para o pulso. Rema, dropa meio de lado, acerta, encaixa. Não entuba, porque o dia não está pra isso. Deita e embala deslizando na saideira. Olha pra trás. O vento parou… Maré vazando… As séries já não demoram tanto… Pico quase vazio… Olha o relógio. Foda-se. Nesse exato momento a vida lá fora está bem mais torta que o mar. Ela pode esperar.