A atual campeã brasileira de surf, Júlia Santos, tem muito a dizer. Se você já teve a oportunidade de encontrar com a Júlia e ficou com a impressão de que ela é meio na dela, é porque é nas atitudes que Júlia costuma traduzir o recado. O resultado é o power surf que imprime nas ondas. Reflexo direto da força que aprendeu a ter na vida.

A Júlia é uma das surfistas que remou na seca de competições femininas que acometeu a cena nacional durante um longo período. Agora com 24 anos, ela começa a receber parte da atenção que sempre mereceu e enxerga alguns caminhos se desenharem. Mas bem antes do incentivo dos profissionais que estão ao seu lado hoje e que querem ver Júlia decolar para o mundo, foi em casa que teve a melhor treinadora de força e poder.

“Sempre fomos nós duas” é uma frase que Júlia costuma dizer quando conta sua história. É a forma, talvez até inconsciente, de contar que esse ´power´ toda ela aprendeu com a mãe.

Isso significa que a história da Júlia é a história de muitas de nós, que tiveram a sorte de se espelhar no poder de uma mulher forte para encarar as merdas que a vida não economiza pelo caminho. Iolanda não surfa. Mas foi a melhor professora de surf que Júlia poderia ter. Não acredita? Então responde: como uma menina que tinha medo do mar poderia virar campeã brasileira de surf?

O que Iolanda ensinou foi coragem.

E aqui você conhece a história e as opiniões de Júlia Santos.

Campeões em 2019

Ubatuba, 8 de dezembro de 2019. Júlia Santos conquistava o título de campeã brasileira do CBSurf Pro 2019, circuito brasileiro profissional da Confederação Brasileira de Surf. Corta para 11 dias depois. Em Pipeline, no Hawaii, Ítalo Ferreira vencia Gabriel Medina em uma histórica final do circuito da WSL e conquistava o título mundial de surf. Cerca de um mês mais tarde, um patrocinador lançava a promoção que levaria o vencedor e dois amigos numa barca com Ítalo. Os fãs deveriam postar no Instagram um vídeo contando porque mereciam surfar com o campeão mundial em Baía Formosa. No meio dos vídeos inscritos, estava o de Júlia Santos.

Desde então, eu não consegui deixar de me perguntar como, exatamente, os contextos nacional e internacional de surf poderiam ter se distanciado a ponto de uma campeã nacional precisar se inscrever em uma promoção para tentar conhecer seu ídolo, agora um campeão mundial, sendo ambos brasileiros.

Ainda que Júlia e Ítalo tenham quase a mesma idade e sejam da mesma geração de surfistas brasileiros, ainda não haviam se conhecido oficialmente. Tinham estado em algumas poucas etapas do circuito Pro Junior sul-americano menos de 10 anos atrás, mas cada um em sua categoria. Já naquela época, Júlia tinha o surf de Ítalo como referência e inspiração.

A promoção “Barca do Ítalo”, para ser sincera, eu não sei que fim deu. Mas sei que, independente do prêmio ou do intermédio de um patrocinador, em menos de dois dias Júlia chegava à casa de Ítalo para surfar com ele em Baía Formosa. Parece que ele também não concorda com as distâncias que proporcionam ocasiões tão inconcebíveis quanto aquela.

 

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Circuitos nacional e mundial

Júlia conheceu o pico, a casa e a galera do ídolo. Fez um amigo. Foram dias surreais para ela, ainda que pudesse ser nada mais do que o natural se houvesse uma estrutura organizada de formação de surfistas profissionais no Brasil sem uma lacuna histórica. “Existe uma distância muito grande entre os circuitos, sim. A gente aqui no Brasil tem um suporte muito fraco”, define Júlia. Na época em que estiveram nas mesmas etapas do Pro Junior, houve a redução de idade da categoria, de 21 para 18 anos.

Sem um cenário interno de competições, Júlia, com pouca oportunidade, não teve a condição necessária para se dedicar a etapas do QS, circuito de acesso à elite mundial do surf. Foi o caminho trilhado por Ítalo e todo um grupo de surfistas brasileiros que viria a ficar conhecido como Braziliam Storm.

Logo depois o Ítalo foi para o QS, explodiu e já foi para o CT. Eu continuei aqui, fiquei para trás e não tinha eventos profissionais no Brasil, o que criou uma realidade bem distante e difícil”, constata Júlia.

Caminhos divididos

A lacuna criada pelos muitos anos sem circuito brasileiro dividiu caminhos. Para os meninos que já tinham um patrocínio estabelecido, o caminho natural foi o QS. “Eles surfam muito e era óbvio que iam explodir. Foi o que aconteceu com o Gabriel (Medina), com o Filipe (Toledo), com Ítalo, Yago (Dora). Com o suporte desde cedo, entraram cedo no QS, explodiram e entraram no CT. Diferente das meninas, sem circuito no Brasil e a maioria sem suporte. Muitas meninas não tinham patrocinadores pra entrar no QS cedo e, quem sabe, também explodir e entrar no CT”, observa. Sendo assim, Júlia considera que a distância tão grande entre realidades se dá pela falta de investimento no circuito de base há muito tempo. “O que está voltando a acontecer só agora faltou por esses anos todos, e a minha geração sofreu muito com isso”, diz.

Júlia vê agora uma movimentação para a retomada de um cenário mais bem estruturado, com categorias de base, como sub 10 e sub 12 já em circuito nacional. “No ano passado já teve campeão brasileiro sub 12, coisa que não tinha antes. Era campeão Mirim, Junior e Profissional. Está indo bem, a gente vê hoje meninas de 8, 10 anos surfando. Era algo que não se via antigamente. Agora em cada lugar que você vai, vê meia dúzia de meninas novas surfando, e campeonato já existindo pra essa molecada”, analisa. Quanto ao circuito profissional, foram retomadas etapas que proporcionam alguma manutenção do cenário. “O circuito brasileiro da CBSurf em 2019 teve três etapas com uma premiação boa. Dá pra melhorar, mas já foi boa. No ano passado eu consegui me manter, na verdade sobreviver, com as premiações”, conta.

 

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O circuito ideal

Para Júlia, o cenário ideal teria também uma estrutura de qualificação, como rolava na época do SuperSurf, circuito profissional que fez história no surf brasileiro entre os anos de 2000 a 2009. Assim como existia naquela época, na visão de Júlia o ideal é que hoje volte a ter uma segunda divisão. Ou seja, “uma divisão de acesso para um circuito top brasileiro”, define. Além de trazer de volta premiações mais robustas, como antigamente.

Amigos meus que competiam o SuperSurf contam que era super competitivo e com premiações mais interessantes. Eu gostaria de ter tido a oportunidade de competir lá atrás, em um circuito forte como o que existia”, diz.

Quando as competições sumiram, Júlia tinha uns 17 anos. De repente, não existia mais evento profissional. Estava terminando a carreira amadora sem perspectiva de competições pela frente no profissional. Quando fez 18 anos, se viu sem um futuro e precisou decidir se continuava surfando. “Minha mãe me perguntava do que eu ia viver se não tinha mais campeonato aqui e nem patrocínio pra acessar o QS. Foi quando eu pedi mais uma chance, mais dois anos tentando”, conta.

A retomada

Quando o tempo estava se esgotando, surgiu o campeonato Seaflowers Digital, organizado pela surfista Marina Werneck no final de 2017. Com os votos de um corpo de juradas de respeito, entre elas Carissa Moore, Silvana Lima, Tati Weston-Webb e Andréa Lopes, Júlia venceu, ganhou uma viagem para as Maldivas e repercussão de seu nome. “Muita gente passou a me conhecer. Foi o pontapé para as coisas voltarem a acontecer”, lembra. Com o Brasileiro de Surf Feminino realizado pela família Dantas em Ubatuba e logo depois o circuito da CBSurf, o cenário voltava a ter algum movimento. Até que em 2019, Júlia foi campeã brasileira do CBSurf Pro.

“Fiquei muitos anos sem competir. Tenho 24 anos agora, mas poderia ter começado a correr o campeonato brasileiro com 17 anos e ter sido campeã brasileira lá atrás. Hoje, de repente, poderia estar no QS ou até no CT”, afirma. Com poucas viagens no currículo, Júlia sabe que corre contra o tempo para estar preparada para a próxima fase.

A surfista agora integra a equipe de atletas da agência TheOne, que dá suporte na gestão de carreira de atletas como Alex Ribeiro, Deivid Silva, Edgar Groggia e Marcos Corrêa, entre outros. Está nos planos competir o QS a partir de 2021, continuar se dedicando às etapas do circuito brasileiro e fazer viagens para ganhar experiência em novas ondas e confiança em todas as condições. “A onda que mais desejo surfar é Macaronis. Quero saber entubar, ter uma linha expressiva e com estilo. Mas também quero vir com manobras progressivas. O que eu quero é ser uma surfista completa”, define.

 

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2020

Estes planos estavam previstos para 2020. Quando fechou 2019 com o título brasileiro profissional, ela e o técnico Pedro Souza já estavam com tudo pronto. Periodização dos treinos físicos e alguns treinos de baterias para começar o ano com tudo. Veio a pandemia e adiou os planos.

“Com tudo que tem acontecido nesse ano lamentável, eu não me acomodei”, diz. Convidada para participar do ISA Games ao lado de Ítalo Ferreira, Filipe Toledo, Gabriel Medina, Tati Weston-Webb e Silvana Lima, Júlia viu o plano ser adiado, mas outras novidades surgirem quase ao mesmo tempo. Foi recebida pelo ídolo em sua casa e realizou um sonho, fechou novo patrocínio de prancha, teve participação em programa de TV e foi convidada para participar do único evento da WSL realizado no Brasil esse ano.

No dia 18 de setembro, Júlia estará entre o seleto grupo de surfistas profissionais e celebridades que surfam em um evento de surf noturno chamado Onda do Bem.  “Vai rolar daqui alguns dias num pico secreto com provas em formato tag team, um air show, pranchas com led, e também prova para as celebridades. Vou encontrar a mesma galera que estaria no ISA Games, e também o Caio Ibelli, o Yago Dora, e mais uma galera. Vou estar com os caras e as meninas do WCT. Vai ser transmitido na WSL e eu nunca vivi isso, então estou super ansiosa para ver como vai ser”, conta. Em um ano difícil, Júlia olha para o que vem acontecendo e diz que só tem a agradecer. “Acredito que ainda tem muito pra rolar até o final do ano”, afirma.

Rotina de treino

“Mar bom, mar ruim, ventando, chovendo, grande ou pequeno. Não tem tempo ruim, a gente está na água”, diz. Só não entra quando o mar está completamente flat. Assim é sua rotina de treinos. O surf rola geralmente nas praias do Guarujá, e não é raro envolver baterias com os surfistas Marcos Corrêa, Alex Ribeiro, Edgar Groggia e Kim Matheus. “A gente treina junto e isso é muito importante porque estar com eles na água puxa meu limite. Eu evoluí muito vendo esses caras surfarem. É muito inspirador estar ali e de repente ver o Ed com um baita aéreo, ou o Marcos vir com um rasgadão. Eu me espelho muito neles e isso puxa muito o meu nível”, conta.

O período sem competições tem favorecido os treinamentos sem quebra de sequência e também o trabalho de teste de prancha com o shaper Kareca, da Shine Surfboards. “Ter tempo pra testar as pranchas é o que todo surfista quer”, afirma. A semana começa com um planejamento na segunda-feira. De terça a quinta os treinamentos são no Centro de Treinamento de Santos junto com o técnico Pedro Souza. Às segundas, quartas e sextas rolam também os treinos físicos em academia no final da tarde, e na sexta o acompanhamento com o psicólogo Ricardo Padovani. Nos dias flat, ela treina com o simulador de surf da Search Punk. “Como o truck é bem mole, dá pra simular muito bem os movimentos, principalmente de rasgada e cavada. Facilita muito pra chegar na água e já ter aquele movimento na cabeça, o que torna mais fácil de executar no mar”, explica.

 

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Aéreos no surf feminino

Júlia faz parte das primeiras gerações de mulheres surfistas que ousaram tentar manobras aéreas. “No começo eu não tinha muita referência. Via os meus amigos mandando aéreo e queria copiar. Com uns 14, 15 anos já arriscava alguns aéreos. Mas vejo que a galera tem evoluído”, avalia. Desde que Silvana Lima mostrou que era possível até as novíssimas gerações, que já chegam arriscando e conseguindo completar as manobras, muita coisa rolou. Hoje, Júlia vê que o treinamento está mais desenvolvido, com recursos inclusive fora do mar para treinar os movimentos.

“O ideal é que as meninas comecem a tentar desde novas para chegar com 18 anos já completando manobras difíceis. É  um processo de evolução”, observa.

Para ela, não estamos longe de ver mulheres dando aéreos tão radicais quanto os homens. “Vejo as meninas novas da gringa. Uma menina completou agora na piscina um aéreo full rotation. Depois mandou na praia também pra não deixar dúvida. Acho que daqui a alguns anos as meninas vão estar com essas manobras no pé no WCT e vai ser muito legal de assistir”, comenta.

Hoje tem cara que diz que não gosta de ver bateria feminina. Eu vou só dar alguns anos pra eles calarem a boca. Vai ser muito legal”, ri.

Júlia diz que não é nenhuma expert em aéreos, mas que está em um processo de evolução. “Eu tento, às vezes não completo. Mas tenho treinado. Quero ir pra piscina e já tenho até a listinha de aéreos como meta. Quero muito voltar um full rotation com mão na borda e também um double grab. Gosto muito de aéreo com grab, que coloca a mão na prancha”, conta.

Atitude de sobra

Ela considera que seu surf é reflexo de experiências que a fortaleceram na vida. Se sua maior facilidade foi arriscar manobras e surfar com mais power e expressão, a maior dificuldade foi ter poucas oportunidades no meio do caminho. Dessas dificuldades, extrai a energia que vem com os sentimentos, muitas vezes de raiva e frustração. “Junto tudo isso com o sentimento de paixão que tenho pelo surf, entro na água e me expresso pra mostrar que o surf, o nível técnico é muito mais importante que um estereótipo de beleza padronizado”, afirma.

Júlia tem a certeza de que o que os outros pensam não interfere em nada. “Sempre fui muito eu mesma, nunca  me importei muito com os comentários que faziam. Isso é assim desde pequena. Se eu me importasse com o tipo de comentário que faziam quando comecei a tentar dar aéreo, eu nunca teria continuado a arriscar”, diz. “Por não me importar com os comentários não construtivos, me fechei numa bolha e só filtrava o que era importante. Se eu tivesse ouvido aqueles comentários, eu não seria conhecida agora como uma menina com surf progressivo que manda aéreo”, garante.

 

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Patrocínio

Mas se conseguiu criar uma casca grossa contra a opinião alheia, foi por coragem de não desviar os olhos para o que vê. Mesmo com surf no pé e visibilidade, Júlia ainda não tem patrocínio de bico.

“Era bem mais complicado falar disso quando eu era mais nova. Eu não entendia porque eu surfava bem e não tinha suporte como outras pessoas tinham. Aquilo me gerava dúvida. Eu era nova e sentia uma angústia, uma tristeza.

Hoje, um pouco mais madura, consegui entender e não vejo outra resposta a não ser a cor da pele.  Por ser uma mulher negra, fugir ao estereótipo do surf, não ser loira do olho claro. Acho que por isso eu não tenho um patrocínio”, declara Júlia.

Com expectativas de que isso mude, Júlia sente que as redes sociais podem ser um aliado. “Só esse ano a WSL já postou dois vídeos meus e já ganhei três campeonatos virtuais. Vejo que quando solto meus vídeos no Instagram, eles repercutem muito. A galera assiste e, quando vê, é uma menina negra quebrando. Uma hora ou outra isso vai ter que cair por terra, tenho esperança de que pode mudar sim”, diz.

Medo do mar

Quem vê Júlia campeã brasileira de surf não cogita que existia medo do mar. Ela começou a surfar aos 11 anos, quando o professor de surf da igreja que frequentava em São Vicente convidou para fazer uma aula. “Era uma igreja bem autêntica, bem diferente. Tinha aulas de karatê, surf e judô. No começo, eu tinha me interessado pela luta porque desde pequena sempre tive muito medo de mar. Minha mãe me levava pra praia e só de chegar na beira e encostar o pé na água, já voltava correndo pra areia”, conta.

Depois de fazer karatê dos 7 aos 11 anos, resolveu aceitar o convite e foi pro mar. “O professor tinha outros alunos pra empurrar e eu não queria ficar esperando. Vi como o cara do lado estava fazendo e já deitei toda torta, batendo o pé. Consegui entrar na onda e fui embora agachadinha. Fiquei ´amarradona´ e queria fazer mais e mais aulas”, lembra. Como as aulas da igreja rolavam só no final de semana, foi para a escolinha da prefeitura e evoluiu com rapidez.

Começou a competir com os meninos nos campeonatos internos da escolinha, frequentemente fazia final com a molecada, e o professor colocou Júlia para competir o circuito amador. “Eu não parei mais. Não conheço meu pai, sempre foi eu e minha mãe. Independente da dificuldade que a gente passou, ela sempre me apoiou. Ficava apertada, mas dava dinheiro pra pagar inscrição de um campeonato. Eu sempre vendo a luta dela, vendia a premiação e entregava o dinheiro de volta. Sempre foi muita parceria. Ela me apoia até hoje, acredita muito em mim”, conta Júlia.

Encarar de frente

Hoje ela ainda tem medo do mar, mas ri dizendo que vai manejando esses sentimentos. “Hoje fico mais à vontade. Fico mais confortável porque sei que estou preparada fisicamente e psicologicamente, e vou sempre elevando meus limites”, comenta. Além de estar se jogando em mares maiores e ter recebido incentivo de amigos e do técnico, Júlia conta que tem na surfista australiana Laura Enever uma de suas inspirações no surf. “Gosto muito do lifestyle dela. É muito autêntica, e (do surf) não tem o que falar… Não sei o que passa na cabeça dela, porque é doideira demais as ondas que ela bota pra dentro. Isso me instiga e me inspira bastante”.

Por isso, estão nos sonhos de Júlia viagens também para o México e para Costa Rica. “Quero aprender a pegar tubo, ter base para vir de backside e grab rail, ter mais técnica, quero me sentir ainda mais confortável. Entrar nesses mares e saber que é possível, estar preparada pra um dia chegar no WCT”, finaliza.

 

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