A imagem do ser humano absolutamente livre para cumprir os desígnios voluntariosos da natureza com o propósito invariável de estar sempre lá, onde as melhores ondas surgem, é um mito pelo qual poucos de nós conseguem passar impunes. É ele, talvez, que, escondido lá no fundo (ou nem tão fundo assim) de nossos subconscientes, alimenta aquela sempre bem disposta ponta de frustração cada vez que olhamos para o nosso próprio surf, nos comparamos com os melhores ou simplesmente chegamos sempre depois daquele lendário mar clássico de meia hora atrás.
Mas a realidade é que as escolhas necessárias para alcançar e manter aquele sonho à la Endless Summer significa, na vida prática que conhecemos, prejuízos pessoais e sociais talvez irreparáveis. Viver o surf a plenos pulmões talvez possa ser definido como um ato de total desprendimento social e, em outro extremo, de absoluto egoísmo. Por isso, a liberdade – e em outro extremo a vagabundagem – talvez estejam, desde os primórdios, tão atrelados ao surf em sua essência.
É por isso que, nesse episódio do Surf de Mesa, Junior Faria, Carolina Bridi e Raphael Tognini adentram num bate-papo absolutamente contemplativo para alcançar os extremos utópicos dos afãs mais surfísticos que encontram em suas personalidades.
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