Essa semana foi marcada por algumas tentativas de liberação de surf em cidades brasileiras, um campeonato de surf online para quem está sem patrocínio e a liberação do surf na Califórnia. Está no ar o 6º episódio do podcast SURF ZINE. E estas são as principais notícias da semana:

Quase surf

Vamos começar falando do vai-não-vai da liberação do surf no Brasil. A prefeitura de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, liberou nesta quinta-feira, dia 14, o acesso às praias para atividades físicas individuais, incluindo o surf. O prefeito Fabricio Oliveira, do PSB, em vídeo publicado no Facebook argumentou que “oxigenação é fundamental para enfrentar o vírus. E para melhorar essa oxigenação é indispensável uma alimentação saudável, exercícios respiratórios e atividades físicas. Outro argumento do prefeito é que com as temperaturas baixando por lá, as pessoas provavelmente não vão se aglomerar nas praias. E, por isso, seria seguro praticar esportes na orla.

Portanto, hoje, sexta-feira, dia 15, os surfistas de Balneário acordaram podendo surfar. Mas a alegria não durou muito. Como a decisão vai contra a quarentena no estado de Santa Catarina, que proíbe a permanência de pessoas em espaços públicos até o dia 31 de maio, a cidade pode ser multada pelo governo estadual em R$ 100 mil por dia. Até o fechamento desta edição, a informação é de que a qualquer momento a prefeitura de Balneário Camboriú pode voltar atrás e proibir novamente a prática de esportes na praia.

Surf liberado em Santa Cruz

Já nos Estados Unidos, a cidade de Santa Cruz, na Califórnia, reabriu real as suas praias ontem, quinta-feira, inaugurando oficialmente a permissão do surf pós-isolamento. Aparentemente, seria um teste para ver como a população se comporta. Se colaborarem, a intenção é que outras restrições comecem a cair. Eles reforçam que as atividades físicas, incluindo o surf, devem ser feitas perto de casa, ou seja, cada local no seu pico. Não foi um libera geral… Medidas de isolamento, assim como restrição de circulação de pessoas ainda estão em vigor.

Eles chegaram a dizer que as pessoas não devem viajar para se exercitar, em um claro recado para os surfistas. É que, liberando o surf, há o risco de ver gente de outras áreas chegando na região que, até agora, conseguiu manter uma das mais baixas curvas de contaminação no estado da Califórnia.

As tentativas frustradas

E quando o assunto é liberar o surf na quarentena, o X da questão é justamente a impossibilidade de identificar quem é local e quem não é. O risco de receber pessoas de fora interessadas em surfar foi levado em conta na negação de reabertura das praias no Guarujá, litoral de São Paulo, e em Imbituba, Santa Catarina.

Uma petição online proposta por um médico e surfista de Imbituba nessa semana pede autorização oficial para a prática do surf. Até o fechamento desta edição, a petição tem pouco mais de mil assinaturas. Nas redes sociais, a Associação de Surf da cidade se posicionou contra ações isoladas como essa. Ainda que a Associação concorde que surfar sem aglomeração seria ótimo nesse momento, reconhece a dificuldade de controlar a provável chegada de surfistas de outros lugares.

No Guarujá, por outro lado, a própria Associação de Surf da cidade liderou, no início dessa semana, a iniciativa de solicitar a liberação do surf. Mas o pedido foi negado pela prefeitura. Guarujá segue uma determinação conjunta entre as nove prefeituras da Baixada Santista, tendo como referência medidas adotadas pelas principais cidades litorâneas não só do Brasil, mas do mundo todo. Valter Suman, prefeito de Guarujá, ainda reforçou nas redes sociais o pedido de ajuda aos surfistas da cidade para colaboração no que ele chamou de “uma missão de co-responsabilidade para atravessar esses tempos difíceis”.

Campeonatos virtuais de surf

Enquanto os campeonatos mundo afora estão paralisados e sem previsão de retorno, algumas iniciativas virtuais começam a surgir. 
Foi lançado hoje, dia 17 de abril, o Bico Branco – um campeonato de surfe online por vídeo. A iniciativa é da Aprimore Surf e dos surfistas Adriano de Souza, Yago Dora, Filipe Toledo, Peterson Crisanto, Miguel Pupo e Jadson André. Segundo o técnico da Aprimore, Leandro Dora, o Grilo, o campeonato virtual terá mais de R$ 10 mil em premiação e é exclusivo para surfistas profissionais sem patrocínio principal.

Para se inscrever no Bico Branco, o surfista profissional deve estar sem patrocínio e enviar um vídeo por direct para @bicobranco no Instagram. O vídeo deve mostrar uma onda surfada no Brasil. As inscrições são gratuitas e acontecem entre os dias 20 e 22 de abril. Os surfistas devem enviar por direct seu nome completo e o vídeo da onda. No dia 23 de abril serão divulgados os nomes dos 32 surfistas selecionados, divididos em 8 baterias com 4 atletas. É o formato tradicional da WSL, com dois surfistas avançando para o próximo round até chegar numa final. Quatro surfistas do Tour serão os juízes e o público vai participar como um 5º juiz. A partir do dia 24 de abril rola uma bateria por dia no Instagram do evento, onde você pode assistir e participar dando sua nota.

Segundo Grilo, a ideia é fazer outros eventos, com probabilidade de um próximo ser feminino. Ouça mais detalhes sobre a iniciativa no podcast.

Amador

O fotógrafo Flavio Sinkus também organizou um campeonato de surf online por vídeo, mas para surfistas amadores com menos de 16 anos: o Sinkus Shots Grom of da Quarentine. Funciona assim: se você é amador e tem menos de 16, pode enviar um vídeo seu surfando com até 20 segundos de duração para o email digital.grom@gmail.com. Os vídeos serão colocados para votação pública no Instagram @sinkushots e a premiação inclui vouchers de pranchas, acessórios e um vídeo produzido pelo próprio Flavio Sinkus. As inscrições vão até dia 20 de abril e as categorias são Tampinha (sub 12),  Miniatura (sub 14) e Mascote (sub 16).

Na Austrália, a Associação de Surf de New South Whales (onde fica Snapper Rocks) criou o NSW Junior Web Surfing Titles. É um campeonato para surfistas amadores com menos de 16 anos e a disputa também é por vídeo. Por lá, a iniciativa busca manter o surf aceso, além de arrecadar dinheiro para a manutenção da associação local durante a escassez de campeonatos, fonte de renda da instituição.

Aqui estão os links para as DICAS DA SEMANA NO SURF ZINE.

Em Isolation, Caroline Marks surfa pela primeira vez em Teahupo´o.

A série Vela, de John John Florence.

E a #livefelipedylondomingodia19deabrilàs16 no Instagram do artista 😎

[skin-wave-divider position=”horizontal” align=”center” color=”#353535″ animate=”true”/]

O SURF ZINE também está disponível nas plataformas iTunes, Google Podcasts, Deezer, Spreaker e YouTube.

Quer ouvir mais podcasts de surf? Carolina Bridi, Junior Faria e Raphael Tognini também colocam suas ideias para funcionar no Surf de Mesa, o podcast mais sincerão do universo surfístico.