A não ser que surfar seja sua profissão, não está escrito em lugar algum – nem no cartório, nem nas escrituras, nem nas estrelas – que você, eu ou qualquer um no planeta tem obrigação de surfar bem. Por que raios, então, o surf é contaminado irreversivelmente com essa necessidade autoimposta coletivamente? A situação sempre foi tão natural e não questionada que em algum momento da história se considerou por bem cunhar uma expressão própria para o cara que não tem suas habilidades surfísticas a contento da contemplação alheia. É como se um tratado silencioso estabelecesse que ninguém tem o direito e a liberdade de ser ruim no surf sem ser rotulado por isso, de modo que nesse episódio do Surf de Mesa, Junior Faria, Carolina Bridi e Raphael Tognini viagem nos significados e implicações da temida expressão “prego”.
E descobrem que, pasmem, a verdadeira “preguice” pode estar muito menos relacionada às habilidades técnicas propriamente ditas e muito mais às capacidades sociais e comportamentais do sujeito inserido neste esporte que é individual, porém, realizado em ambiente coletivo. Entenda que o seu comportamento no surfe e suas decisões dentro d´água influenciam no coletivo e podem definir sua preguice, enquanto a sua performance, amigo, é totalmente individual e, por pior que seja, não faz mal a ninguém.
Isso significa que se você não nasceu com talento pra coisa, nem tudo está perdido. Depois desse episódio, estamos certos de que não se trata de uma completa utopia almejar a liberdade de surfar estranho sem aquela incômoda desconfiança de impotência técnica que martela silenciosa lá no fundo da auto-estima.
Quer ter a liberdade de se saber prego sem se sentir inadequado? Então, faça as pazes com a sua própria vulnerabilidade, dê o play e venha nessa!
https://open.spotify.com/episode/46THWpdBNnLYv6nLeypMtV
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