Quantas desculpas você já inventou pra justificar sua fissura pelo surf? A justificativa, meu amigo, pode ser mais simples do que você imagina…

Neste episódio do Surf de Mesa, Junior Faria, Carolina Bridi e Raphael Tognini discorrem sobre o surf como inutensílio, esse conceito tão bonito que Paulo Leminski trouxe ao mundo enquanto tentava explicar que a poesia não estava a serviço de nada… Ela seria, em sua visão, “parte daquelas coisas inúteis da vida que não precisam de justificativa (…)”.

Há quem diga que surf serve pra se ter saúde, pra sentir a liberdade, pra integrar homem e natureza, pra ganhar dinheiro, pra ficar bonito, pra ter estilo, pra ter uma turma, pra se sentir parte, pra expressar corpo e mente, pra se encontrar, pra relaxar ou pra ganhar, pra ser melhor, pra evoluir, pro raio que o parta, pro infinito e além…

Mas a realidade é que talvez ele não produza (pelo menos não diretamente) nada prático mesmo e que a gente procure formas de justificar uma simples necessidade de beleza, apreciação e prazer para expiar a culpa incutida pela nossa velha conhecida cultura cristã de valor ao sacrifício.

De repente, ele é, como dizia Leminski, “necessidade orgânica de uma sociedade”, uma “loucura para respirar”. De repente, o surf serve mesmo é pra gerar prazer a quem faz e a quem vê. Então, dá o play aí e goza dessa inutilidade com a gente!

Além do Spotify, você também pode ouvir o Surf de Mesa nas plataformas iTunes e Spreaker.

E aqui estão os links citados no episódio:

  1. A entrevista do paleoantropólogo Juan Luis Arsuaga em que ele fala sobre apreciar a beleza.
  2. O inutensílio de Paulo Leminski: