Qual sua primeira memória relacionada a uma fábrica de prancha? Essa foi a pergunta que deu origem a um giro de histórias dos shapers que participaram do Log Lab, o Laboratório de Tocos criado por Caio Teixeira. O workshop que preza pela troca de experiências e experimentação de pranchas reuniu quase 90 modelos diferentes de oito shapers (sete deles presentes no evento) para algo entre 50 a 60 surfistas se divertirem à beça em uma baía tranquila de frente para a Ilha do Pontal, em Ubatuba.

Além do próprio Caio, essa edição do workshop reuniu os shapers Neco Carbone, Igor Pitasi, Matheus Maze, Frederico Antunes da Pluma, Maria Amorim e Suzana Till da Women Who Shape Surfboards. Ogro também se fez presente, senão ele próprio, enviando sua representante, um glider altamente disputado entre a galera. Não podemos deixar de mencionar também a ilustre presença do amigo de profissão Júlio Adler, que por uma ou duas horas deixou os microfones do seu Boia para também conversar com Caro Bridi e Rapha Tognini nos microfones do Surf de Mesa.

Gravação do podcast Surf de Mesa com público presente durante o Log Lab em Ubatuba

Gravação do Surf de Mesa durante o Log Lab 2025. Foto: Franco Bota

Um elo do surf com suas origens

Neste episódio, tudo que fizemos foi botar a prancha no trilho para cada um deles correr a onda de suas melhores memórias dentro daquele que é seu ambiente de trabalho: as fábricas de pranchas e a mágica que acontece ali dentro entre o design do shape e a química da laminação. Os vocalistas dessa banda formada em igual importância também por glassers, lixadores e toda a equipe que faz uma prancha chegar à sua mão, se agarraram aos microfones do Surf de Mesa para contar sua relação com essa verdadeira instituição do universo surfístico: As fábricas talvez sejam hoje um dos últimos elos que mantêm o surf ainda ligado às suas origens.

Pranchas coloridas dentro de uma piscina durante o Log Lab 2025. Foto: Franco Bota

Foto: Franco Bota

Um ambiente de encontro

Apesar da arte de shapear um bloco ser uma atividade essencialmente solitária, é nas fábricas que a banda toda toca com um único objetivo: produzir o melhor e mais eficiente brinquedo para um surfista encontrar realização dentro do mar. Por ali circulam os profissionais da fabricação (homens e mulheres, é bom que se diga), os profissionais do esporte e toda uma gama de quem torna essa brincadeira possível. É ali onde o surfista do dia a dia, o de fim de semana, o recreativo ou apenas o entusiasta e admirador podem se encontrar, trocar ideia e viver o surf em toda sua essência e plenitude também fora do mar.

Shapers no Log Lab 2025. Foto: Franco Bota.

Os shapers Igor Pitasi (ao fundo), Caio Teixeira, Neco Carbone, Matheus Maze, Maria Amorim, Frederico Antunes e Suzana Till falam sobre suas pranchas durante o Log Lab 2025. Foto: Franco Bota

Sobre fábricas e a eterna “queima de sutiãs”

Neste papo que começou com histórias de cada shaper e suas primeiras memórias em fábricas de prancha, coube ainda o debate sobre a presença feminina nestes espaços, que se hoje ainda é pequena ou pouco difundida, não é por ausência das mulheres. Elas estiveram lá desde o início e continuam a ser minoria ou voz pouco ouvida. De uma pergunta feita por Jasmim Avelino para as shapers Maria e Suzana, resultou um papo que, mesmo denso por necessidade, não deixou de ser divertido entre quem sabe trocar ideia tão bem quanto sabe tirar de um bloco bruto a forma perfeita para viver o que há de melhor no surf: o ideal de liberdade e diversão.

O resultado disso tudo é esse pot-pourri de histórias tão reais quanto idealizadas em liberdade que você pode assistir dando play no YouTube:

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