Se Charles Darwin fosse nosso contemporâneo e a teoria da evolução fosse proposta nos dias de hoje, sua percepção provavelmente encontraria reforço nos esportes de ação praticados em ambientes naturais. Na seleção natural, um dos principais conceitos de sua teoria, o pesquisador propõe que organismos mais adaptados ao ambiente têm mais chances de sobreviver. E foi a partir dessa premissa que um grupo de surfistas partiu para uma espécie de competição misturada com surf trip na Micronésia na estreia do Natural Selection Surf.

Foi o que bastou para que Junior Faria, Carol Bridi Rapha Tognini transformassem a seleção natural em um assunto a explorar mais a fundo nesse episódio do Surf de Mesa. Longe de manter o tema preso ao ambiente da competição esportiva, nosso trio de vozes viajou longe no lúdico para entender como os serus surfísticos têm se adaptado e reproduzido através dos tempos.

Se você quer se sentir suficientemente adaptado ao ambiente para sobreviver nesse inóspito meio, trate de dar o play aqui e participe dessa conversa:

Ou no YouTube:

Natural Selection Tour

O episódio começou falando sobre um evento específico e acabou se espalhando ao surf como um todo. Mas não vamos te deixar sem mais detalhes dessa novidade.

O Natural Selection Tour não começou pelo surf. Na verdade, são circuitos de esportes de ação praticados em ambientes naturais. Fundado pelo snowboarder profissional Travis Rice, tudo, obviamente, começou com sua modalidade. Veio então o esqui, a mountain bike e agora o surf. A premissa por trás do Tour é ultrapassar os limites do que é possível em cenários naturais espetaculares do mundo, exibindo as habilidades e a resiliência de grandes atletas.

O primeiro evento de surf reuniu 12 surfistas – oito homens e quatro mulheres – em busca das melhores condições de ondas encontradas durante uma viagem de duas semanas pela Micronésia. O grupo estava a bordo de um barco que não era o Beagle de Darwin, mas bem poderia ser se ele tivesse pensado em surfar nos idos de 1800.

Formato no surf

Sem notas por onda, mas sim uma avaliação da performance como um todo durante baterias de 60 minutos, foram dois rounds para definir as semifinais, das quais saíram os finalistas. Entre os atletas, Austrália, Estados Unidos, Hawaii, Tahiti, África do Sul, México e Brasil (com Victor Bernardo e Anne dos Santos) representados em uma espécie de competição de freesurf.

As sessões de surf foram julgadas nos critérios Criatividade, Risco, Execução, Dificuldade e Impressão geral (CREDO, na sigla em inglês). O corpo de juízes formado pelos surfistas Brad Gerlach (head judge), Pam Burridge e Ian Crane, partiu de sua experiência para avaliar as performances com base no fluxo, estilo e habilidade técnica dos competidores. Na transmissão, em duas exibições de cerca de três horas cada, comentários de Lisa Andersen, Tanner Gudauskas e Barton Lynch sob o comando do apresentador de esportes britânico Ed Leigh. Tudo disponível no YouTube do Natural Selection Tour.

 

Além do Spotify, você também pode ouvir o podcast Surf de Mesa nas plataformas Apple Podcasts, Google Podcasts, Deezer e Spreaker.