Da influência das fases do ciclo menstrual na prática esportiva aos principais focos de atenção, uma coisa é fato: nada disso precisa ser sofrimento ou desconforto. Muito menos dentro do mar.
Quem garante é a Dra. Tathiana Parmigiano, ginecologista do Time Brasil do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que cuida de atletas olímpicas, incluindo a surfista Tati Weston-Webb.
A ginecologia do esporte vale para mulheres que praticam atividade física de forma amadora ou profissional, competitivamente ou não
Fisiologicamente, a principal queixa entre as mulheres que praticam esporte é a percepção de performance prejudicada pela cólica menstrual. As demandas são de minimizar dor ou perda de sangue.
É onde entra a possibilidade de planejar o ciclo menstrual. “Muitas perguntam qual a melhor fase do ciclo, e eu respondo: ´Você que me fala em qual se sente melhor´”, diz a Dra Tathi.
A maioria prefere o pós-menstrual, mas nem todas. “Algumas preferem competir menstruadas porque se sentem bem e usam a irritabilidade da TPM a favor, por se sentirem mais alertas”, conta.
Por isso, o processo de planejar o ciclo menstrual inicia com autopercepção. Para um ciclo regular, às vezes é suficiente encaixar o calendário de acordo com compromissos pessoais e profissionais.
Mas se o ciclo é irregular ou se a atleta vive algum momento específico, é possível utilizar contraceptivo hormonal, seja oral, transdérmico, adesivo, anel vaginal ou DIU.
É preciso ainda ressaltar que controlar o ciclo e não menstruar de maneira programada não gera nenhum prejuízo à saúde, mas por depender de contraceptivo hormonal, há indicações e contra indicações.
Por outro lado, deixar de menstruar naturalmente não é normal e deve ser investigado. Alteração hormonal, tireóide, desequilíbrio energético e dieta inadequada podem ser causas e geram impactos.
Por isso, a ginecologista destaca a importância de que a mulher conheça seu corpo, suas particularidades e saiba que é possível não só lidar com elas, como usá-las a seu favor.
“A mulher acha que tem que conviver, se acostumar. Mas dá pra ter o ciclo menstrual como um parceiro e não um vilão”, informa. O principal recado é que, definitivamente, não precisamos sofrer.