Desta vez, quem acordou de sonhos intranquilos não foi Rapha Tognini, nem Junior Faria, sequer Gregor Samsa. Foi Carol Bridi quem abriu os olhos às 5 da manhã, mais desperta do que nunca, assimilando o óbvio: o surf não vai acontecer se a ele não for atribuído algum grau de prioridade entre todas as outras prioridades compulsórias da vida adulta.
Do travesseiro para o microfone, foi um pulo, e eis que nasceu mais um episódio do Surf de Mesa. Das auto permissões à culpa, do prazer às fugas, é tão complexa quanto instantânea a linha direta entre extremos que o ser humano adulto é capaz de tecer para se justificar no desvio de suas vontades.
Na sociedade da performance e na cultura do desempenho, até o surf precisa ter uma função, um resultado. E sua função principal, a de brincar, portanto, descansar, portanto, ter prazer, simplesmente não vale. Na cabeça doente do século da exaustão como status, não parece ser suficiente e socialmente aceito levar o surf como o que realmente é: estar presente para si mesmo, pelo menos por uns poucos segundos.
Também está precisando se lembrar como faz pra priorizar o surf, ou a você mesmo? Dá o play aqui então:
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