Neste episódio do podcast VA surfar GINA, a fotografia de surf foi chamada à pauta em uma conversa com a fotógrafa aquática Ana Catarina. Não é exagero dizer que o surf só é o que conhecemos hoje porque lá atrás houve uma fusão indivisível entre o registro da imagem e o ato de deslizar sobre uma onda. Convenhamos, o potencial estético do surf beira o sobrenatural. A altivez de um ser humano em completa conexão com a grandiosidade do universo representado no azul infinito do mar é, no mínimo, ~ seduzente ~. No máximo, indecifrável. Fato é que são poucos os olhos que não se demoram um pouco mais em uma boa foto de surf.

A fotografia é personagem de papel central no desenvolvimento da história do surf ao longo do tempo. Foi por essa ligação vital que eu e a Ana Catarina começamos uma conversa deliciosa que descambou depois para as dores e muito mais frequentes alegrias (ainda bem) que é a vida de quem trabalha para traduzir em imagens todo o prazer condensado nos segundos sagrados que se passam enquanto o surfista está na onda.

Mais do que a conexão da fotografia com o surf, ela contou a história de realização da sua própria conexão com o mar e com o que lhe faz sentido na vida. Um caminho que a leva a ser uma das mais bem sucedidas fotógrafas aquáticas do Brasil. Uma conversa que também fala sobre os caminhos tortos que levam aos lugares certos, que navega pela maturidade de se entender e se respeitar, e pela entrega de aceitar que nem tudo sai sempre conforme o planejado. O resultado é a tranquilidade que a Ana Catarina consegue entregar na fala despretensiosa de quem confia no seu taco.

Um prazer para mim, para ela e para quem mais vier com a gente nessa conversa.

A fotografia na história do surf

A fotografia de surf caminha lado a lado com o próprio desenvolvimento do surf. O progresso da prática sempre dependeu da imagem. “Não adiantava o atleta ou surfista viajar, pegar altas ondas e não ter nenhum registro daquilo. Eles precisavam ter uma entrega para patrocinadores, mídia e publicações”, observa Ana Catarina. Isso significa que o surf foi se espalhando e se desenvolvendo como mercado conforme a própria tecnologia foi gerando mais recursos de formato e alcance.

Estas duas áreas encontram, pelo caminho, um meio de caminharem juntas e irem progredindo ao mesmo tempo, alastrando o leque de possibilidades a cada dia. Seja em relação à formato – com imagens hoje sendo feitas de forma acessível a partir da areia, de dentro da água, ou via aérea com os drones – , ou em relação à relevância do objeto fotografado. “Hoje, ninguém precisa ser atleta para ter uma foto de surf. É super democrático, qualquer surfista pode ter uma foto surfando”, diz.

O poder da imagem

Portanto, é certo dizer que a fotografia de surf fez diferença tanto na comercialização do esporte e seu estilo de vida quanto na evolução da própria performance. “É fundamental para a evolução”, explica. Mesmo um surfista de final de semana se beneficia da imagem de uma foto ou de uma sequência delas como artifício de percepção e melhoria de movimentos para aprimorar a prática. E, neste ponto, é inevitável comentar a famosa relação entre expectativa e realidade. É a imagem registrada que, muitas vezes, conta a realidade. “Muitas vezes o surfista acha que fez determinada coisa, mas na imagem percebe que não foi exatamente como ele achava.”

 

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A evolução

Para Ana Catarina, a história do surf não teria se desenvolvido se não fosse a existência de alguém para contar que aquilo estava acontecendo. “Existe uma interdependência das duas coisas. É muito legal ouvir, por exemplo, o Sebastian (Rojas) falando do tempo em que fotografava com câmera analógica. Escutar ele falando que, hoje em dia, ele tem um equipamento que faz 11 fotos por segundo, enquanto no passado ele tinha um filme limitado a 36 fotos”, conta. A realidade é que não haveria sentido de mídia e publicidade se não existisse a fotografia e os filmes de surf. E, certamente, o surf não teria tomado a proporção que tomou de mercado e evolução.

Para criar referencial, para criar história, peso e identificação, é fundamental que existam mulheres valorizando outras mulheres, especialmente no surf, um dos tantos ambientes sequestrados pelo protagonismo masculino. Ana Catarina diz que não chegou a sentir, ou talvez tenha ignorado (ela não sabe dizer), resistência por ser mulher neste universo. Mas certa vez recebeu um kit de roupa masculino como prêmio de um concurso de fotografia. Nenhum dos organizadores, uma marca e uma mídia, cogitaram que uma mulher poderia ser a ganhadora. Isso é, sem dúvida, sintomático e representativo de uma realidade que sequer considera (ou considerava, espera-se) as mulheres.

 

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Mulheres na fotografia

“Eu fotografo muito o Ian Vaz e, em algumas vezes, a namorada à época também ia surfar. Eu fazia fotos dela também e ela me disse: ´Nossa, sempre que os meninos vêm fotografar o Ian, esquecem que eu estou na água´. E a observação dela faz sentido. As meninas ficam sempre de lado, atrás, na sombra”, diz. Por isso, independente de ser mulher ou não, sempre que Ana Catarina está fotografando para algum trabalho com um surfista específico, ela não deixa de levantar a câmera quando outro surfista qualquer vem na onda. “As vezes eu até finjo que estou fotografando só pra não ficarem tristes por eu não ter levantado a câmera”, ri.

Estranho? Não. Natural para alguém que se coloca no lugar no outro. Ana Catarina sabe que ficaria chateada se acontecesse com ela. Ficaria se perguntando se surfa pior que os outros. Algo que acontece muito quando se é mulher, mesmo que com o surf no pé. “O cara fotografa um surfista que tem um desempenho melhor e de repente ele não vai levantar a câmera pra ela? Eu me liguei que, se essa valorização não parte de outra mulher, vai partir de quem? Quando isso vai acontecer?”, questiona. E aconteceu. Quando começou a fotografar, tudo aconteceu naturalmente.

Mulher só fotografa mulher?

Óbvio que não. Ana Catarina não sente que as pessoas entendam dessa forma, mas reconhece que, devido à desvalorização do nível das mulheres no surf, possa haver uma correlação transferida. Acontece da seguinte forma: sem respaldo e incentivo (algo que naturalmente acontece quando o surfista é menino), poucas meninas se arriscam em mares maiores e a interpretação é de que existe uma limitação pelo tipo de mar. Ana Catarina diz que essa condição muitas vezes acaba sendo atrelada também à fotógrafa. “Pode ser que aconteça isso, mas, se rolar, paciência”, até porque Ana Catarina não se limita. Já passou uma temporada fotografando Nazaré, por exemplo – pico dos mais desafiadores no surf de ondas grandes.

Quanto ao objeto fotografado, ela procura balancear, mas define como algo inconsciente. “Se é um homem ou uma mulher que eu estou fotografando, não importa. Eu gosto de estar na água. E em qualquer condição, eu vou fotografar a pessoa que estiver lá, seja um pro ou não”, diz. Essa aversão à exclusão vem de uma experiência que vai além do ponto de vista feminino. O que abriu sua visão mesmo foi trabalhar com o surf adaptado. “Isso vem de entender que todo mundo quer ter uma imagem. E quem sou eu pra dizer que não vai ter? Se pelo surf, de alguma forma, é como eu me conecto com as pessoas, porque eu vou me prender ao nível de performance delas?”, se pergunta.

 

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Surf adaptado

Era carnaval quando Ana Catarina conheceu Davizinho. Ela fotografava um bloco em Copacabana de um projeto de acessibilidade quando, no meio do caminho, viu um menino fantasiado de surfista. Na cadeira de rodas, um tubo e ele sentado sobre a prancha. Como Ana Catarina já fotografava surf, resolveu conversar com ele e a mãe. Deixou seu telefone para combinarem umas fotos dele surfando. “Os pais dele que empurravam ele na onda, e eles não tinham nenhuma ligação com o surf, tinham até medo. Eu me emocionei muito. Chorava fazendo as fotos”, conta.

Acabou escrevendo um texto sobre a experiência, que rodou o Rio de Janeiro até chegar na produção da Ana Maria Braga. Davizinho foi no programa e ali começava a história dele com patrocínios, uma carreira profissional e títulos internacionais. Por isso, a primeira vez que ele foi ao Hawaii, a mãe chamou Ana Catarina para fotografar. Quando chegou lá, o que viu foi uma imensa comunidade de surf adaptado. “A gente tem uma visão um pouco diferente no Brasil. Nos Estados Unidos há muita valorização dos veteranos. Muitos acabam com sequelas físicas. Então é outra relação com a deficiência”, explica.

Fotografando as baterias de dentro da água, ela saía impressionada com o apoio entre as pessoas e, da experiência, acabou saindo um curta metragem de 13 minutos chamado Adapt Your Mind. “Mais do que um elemento de inclusão, o surf na verdade é um elemento de liberdade. É onde eles não usam cadeira. Um dos únicos momentos em que são realmente independentes”, descreve. O projeto contou com recursos de crowdfunding para ter continuidade na Califórnia. Acabou sendo assistido em mais de 50 países.

 

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Conexão com o mar

Isso aconteceu em 2016, mas seu primeiro contato com a fotografia de surf foi em 2013. Nascida no Rio de Janeiro, Ana Catarina sempre teve uma relação muito próxima com o mar e a praia, mas foi uma surfista frustrada na adolescência. Não sabia surfar, mas consumia muito a cultura do surf. Acabou, por um acaso, seguindo desde cedo a estabilidade de um cargo público depois de passar em um concurso para a Elektro, onde trabalhou dos 19 aos 36 anos. Nas primeiras férias, fez um curso básico para saber mexer numa câmera fotográfica. Cursava Educação Física, mas abandonou quando faltavam três matérias para fazer Jornalismo, influenciada pela fotografia. Descobriu o workshop do fotógrafo de surf Sebastian Rojas em 2011, e conseguiu se inscrever em 2013.

Até aquele momento, Ana Catarina, que gostava muito de fotografar pessoas, não enxergava um nicho rentável. Acompanhava fotojornalismo, mas não conseguia se imaginar largando o emprego seguro para trabalhar com isso. Não foram raras as vezes em que saía para fotografar, mas perdia o foco e acabava indo parar na praia. Quando fez o workshop, percebeu que  estava na praia, estava fotografando e estava participando do surf. Foi a experiência esclarecedora que faltava para encaixar as peças. Comprou uma caixa estanque e engrenou na fotografia aquática a partir de 2014.

Ainda assim, foram quatro anos levando as duas atividades paralelamente. Acordava às 5h, ia de ônibus para a praia, fotografava durante pouco mais de uma hora, tomava banho no postinho e ia direto para o trabalho na empresa. Depois que foi para a Indonésia, conheceu o surfista Ian Vaz e, fotografando um surfista profissional, viu a qualidade de suas fotos evoluírem.

 

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Sucesso na fotografia

Ana Catarina é uma mulher no mercado de surf. Uma mulher que fotografa surf. Fotógrafa de surf que fotografa de dentro da água. De dentro da água, inclusive em mares pesados. Mulher fotógrafa aquática que faz fotografia de surf, inclusive em mares pesados, e que tem reconhecimento do mercado. Reconhecimento no mercado que a faz emendar um trabalho remunerado no outro. Levando em conta os padrões atuais deste mercado, Ana Catarina é quase um unicórnio. Não é a única, óbvio. Mas é muito bem sucedida na sequência de escolhas que faz.

Ela mesma já parou para pensar sobre isso e concluiu que, em maioria, se entrega quando acredita no projeto sem necessariamente ter a parte financeira como guia. “Acho que o caminho é muito importante. Muito. E as situações da minha vida provaram muito isso”, reflete. A prioridade é entrar nos projetos que ela sabe que podem dar certo e com os quais sente que tem a contribuir.

Mas, obviamente, a vida financeira mudou quando trocou a segurança pela autonomia. É preciso quebrar a cabeça sobre o que vem depois que cada projeto é finalizado. Por isso, ela observa nichos e lacunas no mercado, e também busca criar produtos próprios, como seu workshop de fotografia aquática, por exemplo. O segredo é ficar atenta ao que está acontecendo no mercado e não depender só dos projetos que a chamam, mas também impulsionar os seus próprios. Assim como o Rio Photo Festival, que teve duas edições e foi organizado com amigos. “Minha cabeça é um pouco inquieta, para falar a verdade. Ficar esperando um e-mail chegar me chamando para o próximo projeto, não tem como.”

Transição e processo criativo

Sua principal dificuldade, talvez, tenha sido passar pelo processo de autoaceitação como fotógrafa. “Em que momento eu posso dizer que eu sou fotógrafa quando alguém pergunta o que eu faço da vida?”, era o que ela se perguntava até conquistar confiança suficiente para considerar a si mesma uma profissional da fotografia. Ana Catarina vem de uma família mineira e que valoriza a estabilidade. Lembra que, no dia em decidiu sair do emprego, escreveu ao pai por whastapp.

Ele perguntou se ela já tinha outro trabalho em vista, mesmo conhecendo seu caminho já bem sucedido na fotografia. “Eu já fotografava, não parava aqui. Já era uma coisa bem consistente. Se ter ´outro´ para ele era ter uma carteira assinada, avisei que isso não ia acontecer. Nosso molde de trabalho hoje em dia é um pouco diferente e eu penso muito sobre isso também. A gente é muito moldado a viver nesse medo da escassez, o que faz sentir esse medo de mudar”, considera.

Foi com o pé na porta depois de ter passado por um processo interno de decisão. Não foi do dia pra noite, e contou com um plano de demissão voluntária que foi pontual para deixar o emprego. Mas o medo da fome, de achar que nunca mais teria trabalho, não aconteceu. Tanto é que, aos 36 anos, quando se demitiu, sentiu que vivia seus verdadeiros 18 anos. “Porque aos 18 anos eu não mandava em nada, e agora tem 18 anos que eu realmente mando na minha vida, que eu faço o que eu gosto, descobri o que eu gosto, e descobri por mim mesma. Tem um sentido pra mim. É como se eu estivesse chegando na minha segunda maioridade. Foi exatamente quando eu fiz esses segundos 18 anos que eu falei: ´vou sair, não vou esperar até os 60´”, conta.

 

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Não se limitar

Hoje, ela vive isso, mas imagina que exista um tempo para essa deixar de ser a realidade, até por limitações físicas. “De repente daqui a 10 anos eu não tenha mais a disposição física que eu tenho hoje em dia. Penso nessa transição um pouco mais pra frente. Por isso é legal esse lance de ensinar, de workshop, de tentar ver a fotografia de surf pelos bastidores e não 100% com a mão na massa”, analisa.

Até porque, Ana Catarina não se limita. Tanto é que prefere se definir como fotógrafa aquática, e não fotógrafa de surf. Considera fundamental balancear demanda externa e demanda interna. Ou seja, o que é a fotografia comercial, feita por dinheiro, e o que é a autoral, aquela que realmente a move, que vem de dentro para fora. “Quando a gente consegue aliar o de dentro pra fora e o de fora pra dentro, a gente chega em um denominador comum interessante”, define.

A importância das mulheres nos bastidores do surf

Sua visão é de que as mulheres se unem. “A força que vem das mulheres é muito diferente. A conexão é diferente porque, de alguma forma, todas têm um ponto em comum. Seja de alguma situação que já passaram ou de algum medo semelhante à maioria”, observa. É isso, segundo ela, que vem fortalecendo o cenário das mulheres no surf, independente de performance ou de serem pessoas que simplesmente se identificam com o meio.

“Vejo várias histórias de pessoas que se ´curaram´ por estarem no surf. Mães super atarefadas que conseguem ficar uma hora na água, e aquela uma hora é quando ela se conecta consigo mesma e não tem ninguém demandando a presença”, exemplifica. Por isso, ela enxerga que, de alguma forma, o surf tem sido levado para um lado mais subjetivo de reconexão. “Antes era performance e acabou. Não tinha outros nichos que permitissem isso. Não era tão aberto”, avalia.

 

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Referências

A maior parte de suas referências vem do surf ou de boas histórias. Gosta muito da história da marca Patagonia, contada por Yvon Chouinard no livro Let My People Go Surfing, ou, na versão em português, Lições de um Empresário Rebelde. A primeira mulher que ela soube que fotografava surf, Roberta Borges, do Rio Grande do Sul, também a inspira, assim como o trabalho da havaiana Sarah Lee e da amiga brasileira Luiza Campos.

De fora do surf, acha impossível falar de fotografia sem pensar em Sebastião Salgado. Foi ouvindo dele que, ao fotografar as tartarugas de Galápagos, tinha que se abaixar e fingir ser uma tartaruga, que tirou uma lição que carregou para a vida. “Eu sempre lembro disso em relação à fotografia, que a gente tem que se colocar no lugar do outro pra tentar entender o que o outro passa e, aí sim, deixar a fotografia progredir”, ensina.

Dicas para ser fotografado no surf

Agora, se o seu objetivo passa longe de se inspirar em Ana Catarina e seguir a fotografia como atividade, certamente você não deixa de querer ficar bem numa foto. Por isso, aí vão as dicas dela sobre como se tornar o objeto de uma boa foto de surf.

  1. Primeiro, dê bom dia para o fotógrafo ou a fotógrafa na água. “Não fingir que não me viu já abre metade do caminho”, brinca.
  2. É legal perguntar a que distância deve ficar do fotógrafo porque isso depende da lente que ele está usando.
  3. Tente não olhar para o fotógrafo. Isso evita atropelamentos porque a prancha é geralmente direcionada para onde o olho está mirando. E confie. “A gente sempre sai do caminho”, garante.
  4. Procure caprichar no figurino. “Às vezes tem uma galera que vai toda descombinando, e fica meio esquisito. Uma blusa laranja, uma bermuda verde e azul, uma prancha amarela. Ajuda, que depois eu não posso fazer milagre”, ri.

 

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