Está no ar o 3º episódio do podcast SURF ZINE. E estas são as principais notícias da semana:

Jogos Olímpicos de Tóquio foram adiados para 2021

Depois de muito relutar, nesta terça-feira o Japão e o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciaram que os Jogos Olímpicos de Tóquio, que aconteceriam entre 24 de julho e 9 de agosto desse ano, foram adiados pra 2021. A decisão veio depois de muita pressão do mundo do esporte. Canadá e Austrália, por exemplo, tinham anunciado na segunda-feira que seus atletas não iriam para os Jogos porque nada seria mais importante que a saúde e segurança não só dos próprios atletas como também da comunidade global.

Sem data definida ainda, a intenção é que os Jogos sejam realizados na mesma época – ou seja, em alguma data entre junho e agosto, quando é verão no Hemisfério Norte. Quem fez o anúncio foi o ministro japonês encarregado Seiko Hashimoto, mas a decisão só foi tomada depois que se conseguiu negociar com o presidente do COI, Thomas Bach, pelo adiamento ao invés do cancelamento total dos Jogos. Isso porque o Japão, que já investiu o equivalente a quase R$ 200 bilhões, veria o custo chegar a quase R$ 370 se houvesse um cancelamento total.

  • Vale lembrar que as Olimpíadas foram canceladas três vezes em função das guerras mundiais – em 1916, 1940 e 1944.
  • Essa é a primeira vez, em 124 anos de história, que se optou por um adiamento.

Então, ainda não será dessa vez – pelo menos não em 2020 – que conheceremos o surf olímpico.

Como fica a vida dos surfistas do CT e QS com o cancelamento de eventos da WSL

Enquanto isso, os surfistas profissionais se adaptam ao cancelamento e adiamento dos eventos da WSL. O interessante é que essas medidas tomadas pela WSL impactam de diferentes formas os surfistas do CT e do QS. Enquanto a galera do CT recebe a premiação mínima de cada etapa cancelada, a galera do QS se vê numa situação um pouco mais complicada. Ainda mais com a incerteza de quando exatamente será possível voltar a competir.

No CT, o prêmio mínimo, ou seja, o valor recebido pelo surfista que ficar em último lugar na etapa, é de US$ 10 mil. E a WSL é obrigada a pagar mesmo quando a etapa é cancelada porque está previsto no livro de regras. Nesse contexto do CT, saem perdendo mais aqueles que costumam chegar nos rounds finais com mais frequência. Isso porque eles acabam recebendo valores mais próximos do prêmio máximo, até US$ 100 mil, em algumas etapas do ano.

A dúvida fica em relação ao número de etapas que seriam necessárias para legitimar um campeão mundial. Além do comprometimento do sistema de classificação.

O SURF ZINE conversou com Alex Ribeiro, que esse ano está de volta no CT, para saber como está sendo para ele. Ouça no podcast.

Já para o pessoal do QS, a situação é mais crítica por três motivos:

  • Como fica o sistema de classificação em um ano com poucas etapas realizadas?
  • Se não competem, não recebem dinheiro de premiação.
  • Eles dependem de patrocinadores para pagar contas básicas de subsistência, como comida, aluguel, água e luz.

O Victor Bernardo e o Jessé Mendes falaram sobre esse contexto no QS. Ouça no podcast.

Corrida para comprar pranchas e equipamentos nas surf shops da Nova Zelândia 

Agora, falando sobre nós todos, reles mortais do surf. Uma situação inusitada chamou atenção na Nova Zelândia. Por lá, assim que começaram as medidas pra conter o coronavírus, houve uma corrida às surf shops para comprar pranchas e equipamentos de surf. Dadas as devidas proporções, foi mais ou menos como a corrida em busca de fardos de papel higiênico ao redor do mundo.  Só que com pranchas. Cada um com suas prioridades.

Imagina-se que os surfistas interpretaram o período de tempo mais livre como uma oportunidade para surfar mais. Mas a realidade é que, ainda que o surf não tenha sido expressamente proibido por lá, paira a dúvida sobre se eles podem surfar diante do afastamento social estabelecido. A situação ficou um pouco mais clara sobre os riscos nesta quinta-feira, dia 26, quando um surfista de 32 anos teve um acidente enquanto surfava e foi levado ao hospital de helicóptero com ferimentos graves na coluna. Além de usar recursos hospitalares já escassos, ainda estará mais exposto ao vírus. Agora a polícia está também usando as câmeras de surf para fiscalizar desobediência às regras.

Já aqui pelo Brasil, mesmo com as praias fechadas, os esforços para manter surfistas e banhistas longe do mar pipocaram nessa última semana. Em Florianópolis, por exemplo, o helicóptero da polícia passou pela praia provocando uma tempestade de areia com objetivo de espantar quem estava ali. E no Guarujá, teve polícia prendendo surfista de SUP que, de tão inconformada, produziu  uma cena curiosa na tentativa de driblar três policiais. 

Aqui estão os links para as DICAS DA SEMANA NO SURF ZINE.

As músicas de Caio Bosco.

O curta lançado essa semana por Bruno Zanin com Yoga Dora surfando em Fernando de Noronha.

A série de curtas Quarantine Edits, de Caio Faria, com imagens resgatadas de anos e anos de arquivos para matar a saudades do surf nestes dias longe do mar.

O filme Tubarão, de 1975, dirigido por Steven Spielberg. Enquanto um grande tubarão branco ameaça banhistas, o prefeito local diz que tudo não passa de uma grande histeria e impede a interdição da praia, temendo que isso assuste os turistas e afete a economia da cidade. Ver e rever esse filme nunca é demais.

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Quer ouvir mais podcasts de surf? Carolina Bridi, Junior Faria e Raphael Tognini também colocam suas ideias para funcionar no Surf de Mesa, o podcast mais sincerão do universo surfístico.